Este medicamento é destinado ao tratamento e profilaxia de deficiência de volume (hipovolemia) e choque, e em situações nas quais a expansão do volume do plasma é desejada, como ferimentos; intervenções cirúrgicas ou traumatológicas (choque hemorrágico e choque traumático); infecções (choque séptico); queimaduras (choque de queimados); hemodiluição normovolêmica aguda (autotransfusão) em intervenções cirúrgicas; diluição terapêutica do sangue (hemodiluição), como na terapia de distúrbios circulatórios ontogênicos e placentários (hemodiluição isovolêmica e hipervolêmica).
Istarplas® 6% e 10%, em solução de cloreto de sódio 0,9% é indicado em planos terapêuticos que exigem uma reposição do volume plasmático. Assim, são soluções para infusão intravenosa propostas para atuar como repositores e expansores plasmáticos.
Como o Istarplas 200/0,5 - 6% e 10% funciona?
Istarplas® 6% e 10% contém o hidroxietilamido, um coloide sintético derivado de amido ceroso quase inteiramente composto de amilopectina, o principal componente do amido da batata. O hidroxietilamido é caracterizado por sua substituição molar e também por seu peso molecular, e são justamente essas características que determinam o volume de expansão, a hemodiluição e o tempo de ação do produto.
Istarplas® é utilizado para a reposição do volume de plasma perdido, para melhorar as propriedades do fluxo do sangue e para a profilaxia da trombose. A pressão oncótica sanguínea é estabelecida primordialmente pela albumina plasmática. Uma vez que se perdeu certo volume de sangue, é necessário restabelecer a pressão oncótica natural através de substitutos funcionais da albumina, o hidroxietilamido representa um substituto muito eficiente a esta função coloidosmótica da albumina.
Istarplas® possui tempo de permanência intravascular de 100% de 3 a 4 horas e meia vida de eliminação renal de aproximadamente 24 horas.
Istarplas® 6% e 10% apresentam respectivamente, um aumento do volume plasmático efetivo de aproximadamente 100 % e 145% e uma meia vida plasmática de 6 horas, ou seja, após 6 horas a sua concentração se reduz à metade. Istarplas® 6% e Istarplas® 10% são indicados em planos terapêuticos de média duração envolvendo hipovolemia (baixo volume sanguíneo) e choque (efeito platô = 4 horas). Em ambas concentrações, quantidades residuais mínimas são encontradas no SER (Sistema Retículo Endotelial) do fígado, rins, pulmões e baço, sendo metabolizados continuamente. O hidroxietilamido infundido no organismo exerce a sua função de forma quase imediata e segue até a excreção sem atuar farmacologicamente, isto é, não tem uma ação medicamentosa convencional e atuação em receptores específicos.
Farmacocinética
Depois de inúmeras investigações sistemáticas, está absolutamente certo que a duração da ação e o comportamento da eliminação do HES são determinados extensamente pelas características da molécula.
Depois da infusão intravenosa, as moléculas de peso menor são prontamente excretadas inalteradas pelo rim; as moléculas maiores são metabolizadas e eliminadas mais lentamente. A taxa do metabolismo depende, sobretudo, do tamanho da molécula, dentre outros fatores, o que conduz a uma taxa de metabolismo mais lenta e consequentemente a uma duração de ação maior. Aproximadamente 33% de uma dose de HES (alto peso) e aproximadamente 70% de uma dose de HES de peso molecular médio (baixo peso) é excretada na urina em 24 horas.
As moléculas menores de HES são rapidamente excretadas e eliminadas pelos rins, e por isso, permanecem no sangue por um período de tempo demasiadamente curto, não sendo consideradas, portanto, para a ação terapêutica coloidal de HES. Metade das moléculas maiores, que permanecem por muito mais tempo no sangue, são quebradas em moléculas menores, (possivelmente ainda na via intravascular) sendo excretadas via renal. Basicamente, somente uma parte do HES administrado intravenosamente, poderá ser encontrada na urina, porque se deve supor que haverá ao menos um armazenamento provisório de HES e também uma metabolização parcial.
Segue abaixo, algumas informações adicionais, referentes à ação e farmacocinética das soluções:
Istarplas® 6%
Depois da infusão de Istarplas® 6% (500mL/15 minutos) para o tratamento de hipovolemia, há um aumento no volume do plasma equivalente a aproximadamente 100% do volume infundido em aproximadamente 4 a 8 horas. Assim, Istarplas® 6% traz uma melhoria na circulação e microcirculação durante um período de mais ou menos 4 a 6 horas. Istarplas® 6% é degradado continuamente pela amilase plasmática e eliminado predominantemente através dos rins. Aproximadamente 47% aparece na urina dentro de 24 horas, e 10% pode ainda ser detectado no plasma.
Istarplas® 10%
Depois da infusão de Istarplas® 10% (500mL/15 minutos) para o tratamento de hipovolemia, há um aumento no volume do plasma equivalente a aproximadamente 145% do volume infundido em aproximadamente 1 hora e um aumento adicional de aproximadamente 100%, em aproximadamente 2 horas. Istarplas® 10% traz uma melhoria na circulação e microcirculação durante um período de 4 a 8 horas. Istarplas® 10% é degradado continuamente pela amilase plasmática e eliminado predominantemente através dos rins. Aproximadamente 54% aparece na urina dentro de 24 horas, e 10% pode ainda ser detectado no plasma.
Eficácia na microcirculação
A terapia de infusão com a solução de Istarplas®, leva ao efeito de hemodiluição (diluição do sangue), melhor microcirculação e melhor hemodinâmica nos grandes vasos sanguíneos. Além disso, o hematócrito será aumentado e a agregação dos eritrócitos será reduzida. Com isso o transporte de oxigênio e a nutrição serão influenciados positivamente.
Eficácia na coagulação sanguínea
Hidroxietilamido influência nos parâmetros de coagulação por causa do efeito da diluição.
Boa tolerância
Novos estudos estão mostrando a boa tolerância de hidroxietilamido 200/0,5. Estes mostraram que o hidroxietilamido 200/0,5 quando usado como expansor plasmático e substituto do plasma, tem a mais baixa taxa de efeitos colaterais. O fato de o hidroxietilamido ser formado por moléculas de glicose similares à estrutura do glicogênio, explica seus baixos índices de reações anafiláticas/anafilactóides.