Urofolitropina é indicado para o tratamento de mulheres que apresentam maturação folicular insuficiente e não apresentam ovulação espontânea e onde se deseja alcançar a maturação de um folículo no ovário para uma fecundação natural.
Urofolitropina também é indicado para o desenvolvimento de vários folículos em mulheres que participam de programa médico de reprodução assistida.
Urofolitropina não pode ser utilizado em caso de hipersensibilidade a qualquer dos componentes; em caso de suspeita ou gravidez confirmada; durante a lactação e em caso de menopausa precoce.
Urofolitropina deve ser administrado por via subcutânea.
Este produto deve ser reconstituído com diluente apropriado (solução fisiológica) imediatamente antes de ser usado, com o propósito de evitar o risco de perda de produto devido à adsorção.
Para prevenir injeções doloridas e minimizar vazamento na área da injeção, Urofolitropina deve ser administrado lentamente por via intramuscular ou subcutânea. A injeção subcutânea deve ser alternada para prevenir lipoatrofia.
Cada frasco-ampola é para uso único. Qualquer porção não usada deve ser descartada. As injeções subcutâneas podem ser administradas pela própria paciente. As instruções e recomendações do médico devem ser estritamente seguidas.
Urofolitropina deve ser reconstituído sob condições assépticas. Limpar previamente a área de preparação do produto e lavar as mãos antes da solução ser reconstituída.
Cuidadosamente abrir a ampola de diluente na área de preparação. Para retirar o diluente da ampola, encaixar a agulha na seringa para reconstituição. Com a seringa em uma mão, segurar a ampola de diluente previamente aberta, inserir a agulha na ampola de diluente e retirar a quantidade desejada. Colocar a seringa muito cuidadosamente na área de preparação e evitar tocar na agulha.
É recomendado não se trocar a área de injeção. Entretanto, não se deve realizar uma aplicação em um mesmo local mais do que uma vez por mês.
A solução deve ser límpida e incolor.
Não misturar Urofolitropina com outros medicamentos em uma mesma seringa.
Assim que a injeção tenha sido finalizada, todas as agulhas e ampolas vazias devem ser descartadas em um recipiente apropriado.
O tratamento com Urofolitropina deve ser iniciado sob a supervisão de um médico com experiência no tratamento de problemas de infertilidade.
Há uma grande variação intra e interindividual na resposta dos ovários a gonadotropinas exógenas. Isto torna impossível o ajuste de um esquema de dosagem uniforme. A dosagem deve, portanto, ser ajustada individualmente dependendo da resposta ovariana. Este ajuste requer ultrassonografia e monitoramento do nível de estradiol.
O objetivo do tratamento com Urofolitropina é desenvolver um único folículo de Graaf a partir do qual o óvulo será liberado após a liberação da administração da gonadotropina coriônica (HCG).
Urofolitropina pode ser administrado por injeção diária. Em pacientes que menstruam, o tratamento deveria ser iniciado dentro dos primeiros sete dias do ciclo menstrual.
Um regime de dose comumente utilizado se inicia com 75 a 150 UI de FSH por dia e é aumentado se necessário de 37,5 UI (até 75 UI), com intervalos de 7 a 14 dias preferencialmente, a fim de alcançar uma resposta adequada, porém não excessiva.
O tratamento deveria ser ajustado à resposta individual da paciente, determinada pela medida do tamanho do folículo por ultrassonografia ou por níveis de estrógenos.
A dose diária é então mantida até que as condições pré-ovulatórias sejam alcançadas. Geralmente, 7 a 14 dias de tratamento são suficientes para alcançar este estado.
A administração de Urofolitropina é então descontinuada e a ovulação pode ser induzida pela administração de gonadotropina coriônica humana (HCG).
Se o número de folículos responsivos for muito alto ou os níveis de estradiol aumentarem muito rapidamente, ou seja, mais do que dobrarem diariamente para estradiol por dois ou três dias consecutivos, a dose diária deve ser reduzida. Como os folículos com tamanho acima de 14 mm podem levar a gravidez, folículos pré-ovulatórios múltiplos com tamanho superior a 14 mm carregam o risco de gestações múltiplas. Neste caso o tratamento com HCG deve ser interrompido e a gravidez deve ser evitada a fim de prevenir gestações múltiplas. A paciente deve usar um método contraceptivo de barreira ou privar-se de manter relações sexuais até que o próximo sangramento menstrual tenha se iniciado. O tratamento deve recomeçar no ciclo de tratamento em uma dose mais baixa do que a do ciclo anterior.
As doses diárias máximas de FSH não devem exceder 225 UI.
Se uma paciente falhar em responder adequadamente após 4 semanas de tratamento, o ciclo deve ser abandonado e a paciente deve reiniciar com uma dose inicial mais elevada do que no ciclo anterior.
Uma vez que a resposta ideal seja obtida, uma única injeção de 5.000 UI a 10.000 UI de HCG deve ser administrada 24 a 48 horas após a última injeção de Urofolitropina.
Recomenda-se que a paciente tenha relações sexuais no dia da injeção de HCG e no dia seguinte.
Alternativamente, a inseminação intrauterina pode ser realizada.
A regulação da pituitária, para suprimir o pico de LH endógeno e controlar os níveis basais de LH, é agora comumente alcançada pela administração de um agonista do hormônio liberador de gonadotropina (agonista de GnRH).
Em um protocolo comumente utilizado a administração de Urofolitropina começa aproximadamente duas semanas após o início do tratamento com o agonista, ambos tratamentos são então continuados até que um desenvolvimento folicular adequado tenha sido alcançado. Por exemplo, após duas semanas de regulação da pituitária com o agonista, 150 a 225 UI de FSH são administrados pelos primeiros sete dias. A dose é então ajustada de acordo com a resposta ovariana da paciente.
Um protocolo alternativo para superovulação envolve a administração de 150 a 225 UI de FSH diariamente iniciando no 2º e 3º dias do ciclo. O tratamento continua até que um desenvolvimento folicular adequado tenha sido alcançado (determinado pelo monitoramento de concentrações séricas de estrógeno e/ou ultrassom) com a dose ajustada de acordo com a resposta da paciente (usualmente não maior que 450 UI por dia). O desenvolvimento folicular adequado é usualmente alcançado em média por volta do décimo dia de tratamento (5 a 20 dias).
Quando a resposta ótima é obtida, uma única injeção de 5.000 UI a 10.000 UI de HCG administrada de 24 a 48 horas após a última injeção de Urofolitropina é usada para induzir a maturação folicular final.
A recuperação do oócito é alcançada 34-35 horas depois.
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
Nenhum dado de toxicidade aguda de FSH em humanos está disponível, porém a toxicidade aguda de preparações com gonadotropina em estudo animal mostrou ser muito baixa.
Doses muito elevadas de FSH podem levar a uma hiperestimulação do ovário.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Nenhum estudo da interação de Urofolitropina com outros medicamentos foi realizado em humanos.
Embora não haja experiência clínica, deve-se considerar que o uso de Urofolitropina junto com citrato de clomifeno pode aumentar a resposta folicular (aumento do desenvolvimento do óvulo).
Apesar de não haver sido registrada qualquer interação medicamentosa, é aconselhável não misturar Urofolitropina com outros medicamentos na mesma seringa.
As injeções aplicadas pela própria paciente devem ser realizadas apenas por pacientes motivadas, treinadas e bem informadas. Antes da autoadministração, é necessário ensinar a paciente como se realiza a injeção subcutânea, mostrando o local de aplicação e como preparar a solução a ser injetada. A primeira injeção de Urofolitropina deve ser realizada mediante supervisão médica.
Particularmente, em pacientes com hipersensibilidade conhecida a gonadotropinas, reações anafiláticas podem ocorrer. Nestas pacientes, a primeira injeção de Urofolitropina deve ser realizada por um médico em instalações propriamente equipadas para a realização de ressuscitação cardiopulmonar.
Antes de iniciar o tratamento, a infertilidade do casal e supostas contraindicações para gravidez devem ser avaliadas. Em particular, as pacientes devem ser avaliadas para hipotireoidismo, deficiência adrenocortical, hiperprolactinemia e tumores pituitários ou hipotalâmicos, para os quais tratamentos específicos apropriados são fornecidos.
Em pacientes submetidas a tratamentos de tecnologias reprodutivas assistidas o risco de gravidez múltipla está relacionado principalmente ao número de embriões implantados. Em pacientes submetidas ao tratamento para indução de ovulação a incidência de gravidez múltipla e nascimentos estão aumentados, quando comparados a concepção natural. Para minimizar o risco de gravidez múltipla, o cuidadoso monitoramento da resposta ovariana é recomendado.
No tratamento de pacientes mulheres, a determinação por ultrassom do desenvolvimento folicular e a determinação dos níveis de estradiol devem ser realizadas antes do tratamento e em intervalos regulares durante o tratamento. Sem considerar o desenvolvimento de um número elevado de folículos, os níveis de estradiol podem aumentar muito rapidamente, por exemplo, mais do que dobrar diariamente por dois ou três dias consecutivos, possivelmente alcançando valores excessivamente elevados.
O diagnóstico da hiperestimulação ovariana pode ser confirmado por exame de ultrassom. Se a hiperestimulação ovariana não desejada ocorrer (não como parte da hiperestimulação ovariana controlada em programas de reprodução assistida por médicos), a administração de Urofolitropina deve ser descontinuada. Neste caso a gravidez deve ser evitada e o tratamento com HCG deve ser interrompido, porque ele pode induzir em adição a ovulação múltipla, a síndrome da hiperestimulação ovariana. Os sintomas clínicos e sinais da síndrome de hiperestimulação ovariana leve são dor abdominal, náusea, diarréia e aumentos leves a moderados de ovários e cistos ovarianos. Em raros casos a síndrome da hiperestimulação ovariana severa ocorre, o que pode representar um risco de vida. Isto é caracterizado por grandes cistos ovarianos (que tendem a ruptura), ascites, frequentemente hidrotórax e ganho de peso. Em raras instâncias, tromboembolismo venoso ou arterial pode ocorrer em associação com a hiperestimulação.
A incidência de aborto espontâneo é mais elevada em pacientes tratados com FSH do que na população em geral, porém é comparável a incidência em mulheres com outros problemas de fertilidade.
Como mulheres inférteis submetidas a reprodução assistida e particularmente fertilização in vitro frequentemente apresentam anormalidade tubária, a incidência de gravidez ectópica pode ser aumentada. Portanto, é importante uma confirmação precoce de que a gravidez é intrauterina.
Há relatos de neoplasmas no ovário e em outros sistemas reprodutivos, tanto benignos quanto malignos, em mulheres que tenham sido submetidas a regimes múltiplos de medicamentos para tratamento da infertilidade. Ainda não foi estabelecido se o tratamento com gonadotropinas aumenta o risco da linha base destes tumores em mulheres inférteis.
A prevalência de má formação congênita após tratamento com tecnologias de reprodução assistidas pode ser levemente mais elevada do que após concepção espontânea. Isto é devido a diferenças nas características dos pais (idade da mãe, características do esperma) e gravidez múltipla.
Mulheres com fatores de risco geralmente reconhecidos para eventos tromboembólicos, tais como histórico pessoal ou familiar, obesidade severa (índice de massa corpórea > 30 kg/m2 ) ou trombofilia, pode ter um risco aumentado de eventos troboembólicos arteriais ou venosos, durante ou após o tratamento com gonadotropinas. Nestas mulheres, os benefícios da administração de gonadotropina devem ser pesados contra os riscos.
Quando produtos médicos preparados a partir da urina humana são administrados, a possibilidade de transmissão de agentes infecciosos não pode ser totalmente excluída. Isto também se aplica a vírus emergentes ou desconhecidos e outros patógenos.
Entretanto, este risco é limitado pelo processo de extração/purificação, que inclui etapas de inativação/remoção viral. Estas etapas devem ser validadas usando modelos virais (particularmente HIV, Herpesvirus e Papillomavirus).
Até agora há experiência clínica com produtos contendo folitropina reassegurando a não transmissão de vírus associada com a administração de gonadotropinas extraídas da urina humana.
Este medicamento é contraindicado para gestantes e lactantes (mulheres que estão amamentando).
Nenhum efeito teratogênico foi reportado após a estimulação ovariana controlada, no uso clínico de gonadotropinas. Nenhum outro dado epidemiológico relevante está disponível até o momento. Estudos animais não indicaram efeitos teratogênicos.
Durante a lactação, a secreção de prolactina pode conferir uma resposta pobre ao estímulo ovariano.
Não foram estabelecidos dados sobre o uso seguro e eficaz em pacientes geriátricos e em crianças.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Este medicamento contém lactose.
Nenhum estudo sobre o efeito na capacidade de dirigir e usar máquinas foi realizado, entretanto, Urofolitropina não parece ter influência sobre a performance da paciente para dirigir ou operar máquinas.
Durante o primeiro estudo, os parâmetros biológicos foram comparados nos dias 0, 7 e 14. FSH, LH e Estradiol apresentaram um aumento progressivo, conforme esperado, respectivamente de 8.5 ± 2.0 para 24.2 ± 4,0 UI/L (p<0.001), de 6.3 ± 0.4 para 23.9 ± 5.8 UI/L (p<0001) e de 47.0 ± 6.5 para 1283±195 pg/mL (p<0.001).
Durante o segundo estudo, os dois grupos de pacientes não apresentaram diferenças entre suas características. As curvas dos valores de FSH e Estradiol foram quase que sobrepostas, não havendo diferenças entre os dois grupos quanto aos parâmetros biológicos de tolerância.
Realizou-se um estudo comparativo randomizado e cego simples entre Urofolitropina e Metrodin em 60 pacientes com anovulação causada por ovário policístico resistente a citrato de clomifeno. O seu objetivo principal foi comparar a tolerância geral dos dois medicamentos e o objetivo secundário foi testar a equivalência entre eles. A estimulação foi realizada de acordo com o protocolo padrão, com doses iniciais de 75 UI por dia, com aumentos a cada 3 dias em função da evolução dos níveis de Estradiol.
As características entre as mulheres de cada grupo não foram diferentes. Os dois medicamentos não apresentaram diferenças quanto aos parâmetros de equivalência (número de ampolas, duração da estimulação, nível de estradiol, número de folículos maduros e diâmetro do folículo). Todas as comparações entre os dois medicamentos apresentaram resultados próximos.
Tabela - Resultados de eficácia do estudo 2:
--- | Urofolitropina | Metrodin | P |
Número de pacientes | 30 | 30 | |
Características | |||
Idade(anos) | 35.3 (7.9) | 32.0 (7.4) | NS |
Peso (kg) | 54.9 (4.2) | 54.9 (4.0) | NS |
Altura (cm) | 165.9 (4.1) | 165.8 (3.5) | NS |
LH Basal (UI/L) | 50.5 (12.9) | 47.2 (12.9) | NS |
FSH Basal (UI/L) | 8.5 (1.9) | 8.8 (1.6) | NS |
E2 Basal (pg/mL) | 44.1 (7.4) | 46.4 (9.2) | NS |
Equivalência | |||
FSH Total (ampolas 75 UI) | 17.6 (4.7) | 18.4 (4.9) | NS |
Duração da estimulação (dias) | 11.5 (1.9) | 11.8 (1.8) | NS |
E2 no dia de administração de HCG(pg/mL) | 1118 (181) | 1138 (178) | NS |
Folículos maduros | 3.4 (0.9) | 3.6 (0.6) | NS |
Diâmetro dominante dos folículos (mm) | 19.6 (1.2) | 19.5 (1.1) | NS |
Ovulação (%) | 90.0 | 93.3 | NS |
Realizou-se um estudo comparativo aberto e randomizado entre Urofolitropina e Metrodin HP em pacientes que necessitavam da administração de FSH devido a anovulação ou tratamento de infertilidade (por exemplo, resistentes a citrato de clomifeno), e em mulheres que necessitavam de indução unifolicular para inseminação intrauterina. O objetivo deste estudo foi comparar a tolerância geral dos dois medicamentos e a sua equivalência. A estimulação foi iniciada com doses de 75 UI por dia, ajustadas após 7 dias, de acordo com a resposta ovariana analisada pelos níveis de estradiol e por ultrassonografia. No total, 91 pacientes foram analisados e randomizados. Dois pacientes não utilizaram os medicamentos devido a uma medicação inapropriada. Assim, 89 pacientes receberam administrações de FSH, sendo 43 para Urofolitropina e 46 para Metrodin HP. No total, 12 pacientes abandonaram o tratamento, 4, no grupo Urofolitropina, todos por não serem responsivos ao tratamento, e 8 no grupo Metrodin HP (5 por não serem responsivos, 1 por apresentar cistos e 2 devido a risco de hiperestimulação).
Não houve diferenças quanto às características das mulheres entre os dois grupos. Não foram apresentadas diferenças entre os parâmetros de equivalência (número de ampolas, duração da estimulação, níveis de estradiol, número de folículos maduros e diâmetro dominante dos folículos). Todos estes parâmetros foram muito próximos entre os dois grupos. A taxa de gravidez foi praticamente idêntica nos dois casos (11,9% vs 11,4%, respectivamente).
Tabela - Resultados de eficácia do estudo 3:
--- | Urofolitropina | Metrodin-HP | P |
Número de Pacientes | 43 | 46 | --- |
Características | |||
Idade (anos) | 33.1 (5.7) | 33.5 (5.3) | NS |
Peso (kg) | 68.6 (14.4) | 66.6 (11.1) | NS |
Altura (cm) | 163.0 (8.3) | 162.1 (7.0) | NS |
IMC (Índice de massa corpórea) | 26.0 (5.8) | 25.4 (3.9) | NS |
Equivalência | |||
FSH Total (ampolas 75 UI) | 15.1 (8.4) | 16.1 (9.5) | NS |
Dia da ovulação | 12.2 (3.0) | 13.7 (5.1) | NS |
E2 no dia de administração de HCG (pg/mL) | 1292 (720) | 1427 (1558) | NS |
Folículos maduros | 1.35 (0.97) | 1.72 (1.77) | NS |
Diâmetro dominante dos folículos (mm) | 17.7 (3.7) | 17.8 (3.6) | NS |
Taxa de gravidez (%) | 11.9 | 11.4 | NS |
Realizou-se um estudo comparativo randomizado entre Urofolitropina e uma FSH recombinante (Puregon) em 67 pacientes que estejam passando por inseminação intrauterina para infertilidade.
As características entre as mulheres não foram diferentes entre os dois grupos. O número total de unidades de gonadotropinas foi significantemente menor no grupo r-FSH do que no grupo Urofolitropina, enquanto que os parâmetros duração do estímulo, número de folículos e taxa de gravidez clínica foram comparáveis. No total, devido à diferença de custo entre os dois produtos, o r-FSH foi associado a um aumento de quase 100 euros por ciclo (320 vs 220 euros), o que significa um aumento de quase 50% por ciclo e 664 euros por gravidez clínica. Em relação à tolerância, 2 casos de síndrome de hiperestimulação ovariana foram relatados, um em cada grupo, levando ao afastamento destes indivíduos.
Concluindo, Urofolitropina foi mais barato que a FSH recombinante para resultados similares em termos de probabilidade de gravidez.
Tabela - Resultados de eficácia do estudo 4:
--- | Urofolitropina | Puregon (r-FSH) | P |
Número de Pacientes | 32 | 35 | --- |
Ciclos (n) | 67 | 71 | --- |
Características | |||
Idade (anos) | 31.7 (3.4) | 31.2 (3.2) | NS |
IMC (Kg/m2 ) | 23.2 (2.2) | 23.9 (2.2) | NS |
Duração da infertilidade (anos) | 2.8 (1.3) | 2.9 (1.3) | NS |
Causa da infertilidade por fator ovulatório (%) | 15.6 | 20.0 | NS |
Causa da infertilidade por endometriose(%) | 18.8 | 14.3 | NS |
Causa da infertilidade por fator masculino (%) | 12.5 | 17.1 | NS |
Causa da infertilidade por motivo desconhecido (%) | 53.1 | 48.6 | --- |
Equivalência | |||
FSH Total (UI) | 815 (285) | 596 (254) | 0.001 |
Duração do estímulo | 9.2 (2.1) | 10.0 (1.9) | NS |
Folículos > 17mm (n) | 2.6 (1.7) | 2.9 (1.4) | NS |
Taxa de gravidez clínica (%/ciclo) | 11.9 | 12.7 | NS |
Aborto espontâneo (%) | 12.5 | 11.1 | NS |
Ciclos cancelados (%) | 6.0 | 7.0 | NS |
Custo por UI (Euros) | 0.27 | 0.53 | --- |
Custo por ciclo (Euros) | 221 (95) | 318 (125) | P<0.001 |
Custo / Gravidez clínica (Euros) | 1849 | 2513 | --- |
A área sob a curva da concentração plasmática de FSH durante o ciclo foi muito similar nos dois grupos. O nível de Estradiol no dia de administração de HCG, a duração do estímulo e o número total de ampolas de 75UI foram muito próximos. Sete mulheres apresentaram gravidez, sendo cinco no grupo Urofolitropina e seis no grupo Metrodin HP.
Tabela - Resultados de eficácia do estudo 5:
--- | Urofolitropina | Metrodin-HP | P |
Número de pacientes | 30 | 30 | --- |
Características | |||
Idade (anos) | 34 (3) | 34 (2) | NS |
Peso (kg) | 57 (8) | 57 (7) | NS |
Altura (cm) | 163 (8) | 163 (6) | NS |
LH Basal (UI/L) | 1.3 (1.3) | 1.4 (1.5) | NS |
FSH Basal (UI/L) | 3.4 (2.4) | 3.9 (3.3) | NS |
E2 Basal (pg/mL) | 48.6 (44.4) | 44.2 (24.7) | NS |
Equivalência | |||
FSH AUC (mUI.g/mL) | 215.2 (88.5) | 219.1 (74.9) | NS |
FSH Total (ampolas) | 32 (8) | 31 (7) | NS |
Duração do estímulo (dias) | 12.4 (1.4) | 11.5 (1.8) | NS |
E2 no dia de administração de HCG (pg/mL) | 1105 (458) | 1012 (451) | NS |
Oócitos coletados | 14.8 (1.4) | 14.3 (1.4) | NS |
Gravidez (%) | 16.7 (n=5) | 20.0 (n=6) | NS |
No protocolo, após regulação negativa por bloqueamento longo (Buserelin subcutâneo, um agonista de GnRH), administrou-se FSH em 2 a 4 ampolas de 75 UI por dia, dependendo da idade do paciente e do estado clínico.As doses foram adaptadas de acordo com resposta ovariana do paciente, sendo que a dose máxima permitida foi de 4 ampolas por dia. As características dos pacientes foram similares entre os dois grupos (idade, IMC, LH basal, FSH basal e Estradiol basal). Nenhuma diferença estatística foi apresentada na área sob a curva na concentração plasmática de Estradiol durante o ciclo, no nível de Estradiol no dia de administração de HCG, na duração do estímulo e no número total de ampolas de 75 UI. O número de oócitos coletados foi significantemente maior no grupo Fertinorm (10.8 ± 5.7 vs. 9.0 ± 4.2, p<0.05), porém, o número de oócitos maduros foi quase idêntico (6.3 ± 3.9 vs. 6.0 ± 3.4, NS). 15 mulheres apresentaram gravidez em cada grupo, o que representa uma diferença não significativa entre o grupo Urofolitropina (24.6% por ciclo iniciado) e o grupo Fertinorm (21.7 % por ciclo iniciado).
Tabela - Resultados de eficácia do estudo 6:
--- | Urofolitropina | Fertinorm | P |
Número de pacientes | 61 | 69 | --- |
Características | |||
Idade (anos) | 33.7 (3.4) | 33.7 (3.8) | NS |
IMC (Índice de massa corpórea) | 25.2 (3.5) | 24.1 (3.6) | NS |
LH Basal(UI/L) | 5.9 (3.8) | 6.8 (5.4) | NS |
FSH Basal(UI/L) | 6.6 (2.1) | 6.8 (2.3) | NS |
E2 Basal(pmol/L) | 201 (239) | 206 (196) | NS |
Equivalência | |||
E2 AUC (pmol.dia/L) | 5247 (4202) | 6463 (5346) | NS |
FSH Total (ampolas) | 27.4 (8.2) | 27.5 (9.3) | NS |
Duração do estímulo (dias) | 11.8 (2.2) | 12.1 (2.0) | NS |
E2 no dia de administração de HCG (pmol/L) | 9810 (6006) | 11478 (6329) | NS |
Oócitos coletados | 9.0 (4.2) | 10.8 (5.7) | 0.05 |
Oócitos maduros | 6.0 (3.4) | 6.3 (3.9) | NS |
Gravidez (%) | 24.6 (n=15) | 21.7 (n=15) | NS |
O nível de Estradiol no dia de administração de HCG, duração do estímulo e o número total de unidades de FSH foram muito próximos. Oito mulheres apresentaram gravidez, seis no grupo Urofolitropina e duas no grupo Metrodin HP.
Tabela - Resultados de eficácia do estudo 7:
--- | Urofolitropina | Metrodin HP | P |
Número de pacientes | 29 | 30 | --- |
Características | |||
Idade (anos) | 30.5 (4.1) | 31.5 (3.4) | NS |
Peso (kg) | 63 (49-79) | 59 (50-75) | NS |
Altura (cm) | 168.0 (158-178) | 165.5 (156-170) | 0.01 |
Duração da infertilidade (anos) | 4.0 (2.2) | 5.8 (3.3) | 0,05 |
LH Basal (UI/L) | 5.5 (2.4) | 6.8 (2.1) | NS |
FSH Basal (UI/L) | 6.4 (1.9) | 6.9 (2.3) | NS |
Equivalência | |||
FSH Total(UI) | 2219 (407) | 2262 (497) | NS |
Duração do estímulo (dias) | 11.8 (1.7) | 11.5 (2.3) | NS |
E2 no dia de administração de HCG (pg/mL) | 1139 (956) | 1080 (1064) | NS |
Oócitos coletados | 9.2 (4.0) | 9.4 (6.3) | NS |
Gravidez (%) | 20.7% (n=6) | 6.7 % (n=2) | NS |
Este autor publicou, em 1999, um estudo controlado aberto e randomizado comparando Urofolitropina e Metrodin HP em 60 pacientes, sendo 30 para cada medicamento, necessitando de fertilização in vitro para infertilidade de pelo menos 4 anos devido a um fator tubal. Foram selecionadas mulheres sendo tratadas pela primeira vez, com padrão menstrual regular, nível normal de FSH no terceiro dia, excluindo aquelas com sinais de PCO ou infertilidade por fator masculino. O estímulo ovariano foi precedido por uma regulação negativa de protocolo longo (Triptorelina, um agonista análogo ao LhRH).
Os resultados foram bastante próximos nos dois grupos. Entretanto, houve um número significantemente maior de oócitos coletados e uma maior qualidade dos embriões no grupo Urofolitropina.
Tabela - Resultados de eficácia do estudo 8:
--- | Urofolitropina | Metrodin HP | P |
Número de pacientes | 30 | 30 | --- |
Idade (anos) | 26 (5) | 25 (4) | NS |
FSH (ampolas) | 25.6 (5.3) | 26.2 (6.2) | NS |
Duração do estímulo (dias) | 11.5 (1.9) | 12.2 (1.5) | NS |
E2 no dia de administração de HCG (pmol/L) | 2131 | 1873 | NS |
Oócitos coletados | 11.7 | 9.6 | 0.001 |
Oócitos fertilizados (2 PN) | 8.8 | 7.7 | NS |
Taxa de fertilização (%) | 75.6 | 72.9 | NS |
Taxa de clivagem (%) | 86.5 | 87.8 | NS |
Embriões de alta qualidade | 3.16 | 2.90 | 0.03 |
Embriões transferidos | 3.2 (1.1) | 3.1 (1.3) | NS |
Embriões congelados | 3.6 | 2.2 | 0.05 |
Gravidez/ciclo (%) | 32.5 | 31.6 | NS |
Gravidez acumulada/ciclo (%) | 27.2 | 25.4 | 0.03 |
Este autor publicou, em 2002, um estudo aberto randomizado e controlado comparando Urofolitropina e um FSH recombinante, Gonal-F. Este estudo não foi patrocinado nem organizado por empresas farmacêuticas. Os pacientes foram selecionados quanto a infertilidade (infertilidade por fator tubal, por fator masculino ou por motivo desconhecido). Os pacientes deveriam estar ovulando regularmente, com níveis basais normais de FSH, LH, prolactina e BMI, deveriam estar em idade entre 18 e 38 anos e estar em sua primeira fertilização in vitro. No total, 267 pacientes foram incluídos e aleatoriamente alocados para Urofolitropina (n=133) ou para Gonal-F (n=134). Todos os pacientes passaram por uma regulação negativa pituitária com um agonista de LhRH (Triptorelina). A dose inicial de FSH foi de 225 UI por dia durante 6 dias em dois grupos, com ajuste posterior em função dos resultados E2 e dos resultados ultrassonográficos.
Três casos de síndrome de hiperestimulação ovariana foram relatados, um no grupo Gonal-F e dois no grupo Urofolitropina, levando ao seu afastamento.
Tabela - Resultados de eficácia do estudo 9:
--- | Urofolitropina | Gonal-F | P |
Número de pacientes | 133 | 134 | --- |
Idade (anos) | 32.0 (4) | 31.8 (6) | NS |
Índice de massa corpórea | 21.2 (2.8) | 20.6 (3.0) | NS |
FSH (ampolas) | 51.7 (15) | 60.5 (21) | NS |
Duração do estímulo (dias) | 13.4 (1.5) | 13.7 (1.4) | NS |
E2 no dia de administração de HCG (pmol/L) | 1892 (975) | 1699 (864) | NS |
Recuperação de oócitos (número de pacientes) | 131 | 133 | NS |
Oócitos coletados | 8.7 (3.4) | 8.9 (4.7) | NS |
Oócitos fertilizados (2 PN) | 5.7 (1.7) | 5.9 (2.0) | NS |
Taxa de clivagem (%) | 79.5 | 84.7 | NS |
Embriões grau 1 (%) | 42.1 | 33.5 | 0.05 |
Embriões grau 6 (%) | 5.1 | 8.5 | 0.05 |
Transferência (número de pacientes) | 131 | 133 | NS |
Embriões transferidos por paciente (média) | 2.9 | 2.9 | NS |
Embriões congelados por paciente (média) | 3.6 | 2.2 | 0.05 |
Gravidez/ciclo (%) | 46.5 | 36.8 | NS |
Partos/transferência (%) | 39.7 | 30.8 | NS |
No grupo Urofolitropina, houve uma quantidade significantemente maior de embriões grau 1 (maior qualidade) e uma quantidade menor de embriões grau 6 (menor qualidade). O autor sugeriu a hipótese de que as diferenças estão relacionadas a uma maior supressão de LH por parte do r-FSH.
Urofolitropina é um hormônio natural usado para compensar a falha hormonal em mulheres inférteis e para estimular o crescimento folicular e ovulação. É um hormônio secretado pelas células gonadotrópicas do lóbulo anterior da glândula pituitária.
O princípio ativo urofolitropina, altamente purificada, é extraído da urina de mulheres na pós-menopausa. Neste processo, os teores de LH são posteriormente eliminados.
O FSH estimula a manutenção e funcionamento das células somáticas associadas à gametogênese (células de Sertoli e da granulosa). Desse modo, a proliferação do endométrio é induzida, permitindo a implantação e nidação de um óvulo fertilizado.
Após injeção intramuscular ou subcutânea, a biodisponibilidade do FSH é cerca de 70%. Após 72 horas da administração os níveis plasmáticos de FSH são sempre significativamente maiores que os valores de base.
Os relatos da literatura para Cmáx e Tmáx de 150 UI de FSH são 8,9 ± 2,5 mUI/mL, 7,7 ± 2,1 horas, respectivamente, sendo que a AUC é 258,6 ± 47,9 mUI/mL x hora.
A meia-vida de eliminação está entre 30 e 40 horas. A farmacocinética do FSH em pacientes com prejuízo renal ou hepático não foi investigada.
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica da farmacêutica responsável: Rafaela Sarturi Sitiniki (CRF-PR 37364). Consulte a bula original. Última atualização: 10 de Abril de 2023
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