Ceftazidima está indicado no tratamento de infecções simples ou múltiplas causadas por bactérias sensíveis ou nas circunstâncias que justifiquem seu uso antes da identificação do agente causal.
Ceftazidima pode ser usado em monoterapia, como droga de primeira escolha, antes de os resultados dos testes de sensibilidade estarem disponíveis.
Ceftazidima pode ser administrado com um antibiótico anaerobicida, quando se suspeita da presença de Bacterioides fragilis.
Em virtude de seu amplo espectro de ação, especialmente contra agentes gram-negativos, está também indicado nas infecções resistentes a outros antibióticos, incluindo aminoglicosídeos e cefalosporinas diversas. Contudo, quando necessário (como, por exemplo, diante de neutropenia grave), pode ser administrado em combinação com aminoglicosídeos ou outros antibióticos betalactâmicos.
A susceptibilidade à Ceftazidima pode variar de acordo com a localidade e temporalmente, e dados locais devem ser consultados quando disponíveis.
Ceftazidima é contraindicada para uso em pacientes comprovadamente hipersensíveis a antibióticos cefalosporínicos ou a qualquer componente da fórmula.
Ceftazidima é compatível com os fluidos intravenosos mais comumente utilizados, excetuando-se o bicarbonato de sódio.
Quando o produto é dissolvido, ocorre liberação de dióxido de carbono, o que acarreta pressão positiva. Pequenas bolhas de dióxido de carbono podem se formar na solução reconstituída e se aspiradas para dentro da seringa devem ser eliminadas antes da administração.
Ceftazidima 1 g pode ser administrado por via intravenosa ou intramuscular profunda.
Atenção: frequentemente os hospitais reconstituem produtos injetáveis utilizando agulha 40 x 12. Pequenos fragmentos de rolha podem ser levados para dentro do frasco durante o procedimento. Deve-se portanto, inspecionar cuidadosamente os produtos antes da administração, descartando-os se contiverem partículas. Agulhas 25 x 8 ou 30 x 8, embora dificultem o processo de reconstituição, têm menos probabilidade de carregarem partículas para dentro dos frascos.
O produto preparado em capela de fluxo unidirecional (laminar) qualificado pode ser armazenado pelos tempos descritos a seguir. Para produtos preparados fora desta condição, recomenda-se o uso imediato.
Frasco | Via de administração | Conteúdo do diluente a ser adicionado (mL) | Concentração aproximada (mg/mL) |
1 g | Intramuscular | 3 mL | 260 |
1 g | Intravenosa direta | 10 mL | 90 |
1 g | Infusão intravenosa | 50 mL# | 20 |
# A adição deve ser realizada em duas etapas (reconstituição e diluição).
Atenção: o produto reconstituído com Solução de lidocaína 0,5 ou 1% não pode ser administrado por via intravenosa.
A dose varia em função da gravidade, suscetibilidade, local e tipo de infecção, bem como da idade e da função renal dos pacientes.
A solução de Ceftazidima pode ser administrada diretamente na veia ou introduzida no acesso venoso se o paciente estiver recebendo fluidos parenterais.
A dose varia de 1 g a 6 g diários subdivididos em duas ou três doses, administradas através de injeção intravenosa ou intramuscular.
Para as infecções do trato urinário e naquelas de menor gravidade, a dose de 500 mg ou 1 g de 12/12 horas é geralmente satisfatória.
Para a maioria das infecções, as doses ideais são de 1 g de 8/8 horas ou 2 g de 12/12 horas.
Nas infecções mais graves, especialmente em pacientes imunossuprimidos, incluindo os neutropênicos, deve ser administrada a dose de 2 g de 8/8 ou 12/12 horas.
Nos adultos com mucoviscidose e portadores de infecção pulmonar por Pseudomonas, serão necessárias posologias elevadas, ou seja, de 100 a 150 mg/kg/dia, subdivididas em três doses.
Em adultos com função renal normal, até 9 g/dia têm sido administrados com segurança.
25 a 60 mg/kg/dia divididos em duas aplicações. No recém-nascido, a meia-vida sérica da Ceftazidima pode ser três a quatro vezes maior que no adulto.
A posologia usual para crianças com mais de 2 meses é de 30 a 100 mg/kg/dia, divididos em duas ou três doses. Doses maiores que 150 mg/kg/dia, até um máximo de 6 g/dia, divididas em três doses, podem ser administradas a crianças imunocomprometidas, com mucoviscidose ou, ainda, com meningite.
Devido à redução do clearance da Ceftazidima em pacientes idosos com doenças agudas, a dose diária de Ceftazidima não deve, normalmente, exceder 3 g, especialmente naqueles com mais de 80 anos.
A Ceftazidima é excretada inalterada pelos rins. Assim sendo, nos pacientes com função renal comprometida, recomenda-se que a dose seja reduzida. Nos pacientes com suspeita de insuficiência renal pode ser instituída dose inicial de 1 g de Ceftazidima.
Doses de manutenção recomendadas na insuficiência renal
Clearance de creatinina (mL/min) | Creatinina sérica aproximada mcmol/L (mg/dL) | Dose unitária recomendada (g) | Frequência das doses (horas) |
> 50 | < 150 (<1,7) | Dose normal | Dose normal |
50 a 31 | 150 a 200 (1,7 a 2,3) | 1 | 12 |
30 a 16 | 200 a 350 (2,3 a 4) | 1 | 24 |
15 a 6 | 350 a 500 (4 a 5,6) | 0,5 | 24 |
< 5 | > 500 (> 5,6) | 0,5 | 48 |
Nos pacientes com infecção grave, as doses unitárias podem ser aumentadas em 50%, ou a frequência de administração pode ser aumentada apropriadamente.
Em tais pacientes recomenda-se monitorar os níveis séricos de Ceftazidima de modo que não excedam 40 mg/L.
Nas crianças, o clearance de creatinina deve ser ajustado em função da área de superfície corporal ou da massa muscular.
A meia-vida sérica da Ceftazidima durante hemodiálise varia de três a cinco horas. A dose de manutenção apropriada, dada na tabela anterior, deverá ser repetida após cada sessão.
Ceftazidima pode também ser usado na diálise peritoneal e na diálise peritoneal ambulatorial contínua, tanto por via intravenosa como incorporado ao líquido de diálise (geralmente 125 mg a 250 mg/2 litros da solução de diálise).
Para pacientes com insuficiência renal em hemodiálise arteriovenosa contínua ou com elevado fluxo de hemofiltração em unidades de terapia intensiva, deve-se administrar 1 g/dia em dose única ou em doses fracionadas. Para um baixo fluxo de hemofiltração, deve-se adotar a dosagem recomendada para os pacientes com insuficiência renal.
Orientação de dosagem de Ceftazidima em hemofiltração venovenosa continua
Função renal residual (clearance de creatina em mL/min) | Dose da manutenção (mg) para uma taxa de ultrafiltração (mL/min)a | |||
5 | 16,7 | 33,3 | 50 | |
0 | 250 | 250 | 500 | 500 |
5 | 250 | 250 | 500 | 500 |
10 | 250 | 500 | 500 | 750 |
15 | 250 | 500 | 500 | 750 |
20 | 500 | 500 | 500 | 750 |
a Dose de manutenção a ser administrada a cada 12 horas.
Orientação de dosagem de Ceftazidima durante hemodiálise venovenosa
Função renal residual (clearance de creatina em mL/min) | Dose da manutenção (mg) para taxa a | |||||
1 litro/h | 2 litros/h | |||||
Taxa de ultrafiltração (litro/h | Taxa de ultrafiltração (litro/h | |||||
0,5 | 1 | 2 | 0,5 | 1 | 2 | |
0 | 500 | 500 | 500 | 500 | 500 | 750 |
5 | 500 | 500 | 750 | 500 | 500 | 750 |
10 | 500 | 500 | 750 | 500 | 750 | 1000 |
15 | 500 | 750 | 750 | 750 | 750 | 1000 |
20 | 750 | 750 | 1000 | 750 | 750 | 1000 |
a Dose de manutenção a ser administrada a cada 12 horas.
Os dados de amplos estudos clínicos (internos e publicados) foram usados para determinar a frequência das reações adversas desde muito comum até muito rara.
As frequências atribuídas para todas as reações adversas foram principalmente determinadas usando dados pós-comercialização e se referem mais a uma taxa de relatos do que a uma frequência verdadeira.
* Há relatos de sequelas neurológicas, incluindo tremor, mioclonia, convulsões, encefalopatia e coma em pacientes com disfunção renal, nos quais as doses de ceftazidima não tenham sido apropriadamente reduzidas.
Em casos de eventos adversos, notifique pelo Sistema VigiMed, disponível no Portal da Anvisa.
A superdosagem pode levar a sequelas neurológicas, incluindo encefalopatia, convulsões e coma.
Os níveis séricos de ceftazidima são reduzidos através de hemodiálise ou diálise peritoneal.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
A administração de antibióticos cefalosporínicos com drogas nefrotóxicas pode afetar a função renal.
Demonstrou-se que o cloranfenicol antagoniza a ação de cefalosporinas in vitro. Se houver necessidade de administração concomitante de cloranfenicol, deve ser considerada a possibilidade de antagonismo.
Assim como com outros antibióticos, a Ceftazidima pode afetar a flora intestinal, levando à baixa reabsorção de estrogênio e à redução da eficácia de contraceptivos orais combinados.
A Ceftazidima não interfere na dosagem de creatinina pelo ensaio do picrato alcalino, bem como nos testes enzimáticos para glicosúria.
Por outro lado, pode ocorrer uma fraca interferência nos métodos de redução do cobre (métodos de Benedict, Fehling e Clinitest) para glicosúria.
Como para os demais antibióticos betalactâmicos, antes de instituída terapia com Ceftazidima deve ser pesquisada história de reações de hipersensibilidade à Ceftazidima, às cefalosporinas, às penicilinas ou outras drogas. Ceftazidima deve ser administrado com cautela especial a pacientes com história de reação alérgica a penicilinas ou outros betalactâmicos. Na eventualidade da ocorrência de reação alérgica ao Ceftazidima, interromper o tratamento. Reações mais graves de hipersensibilidade podem requerer o uso de adrenalina, hidrocortisona, anti-histamínicos ou a adoção de outras medidas de emergência.
Tratamento simultâneo com altas doses de cefalosporinas e drogas nefrotóxicas como, por exemplo, aminoglicosídeos e diuréticos potentes (por exemplo, furosemida) pode afetar, adversamente, a função renal. A experiência clínica demonstrou ser pouco provável a ocorrência de problemas associados à Ceftazidima quando utilizada na dose terapêutica normal. Não existem evidências de que a Ceftazidima afeta a função renal quando é utilizada em doses habituais.
A Ceftazidima é excretada pelos rins e, portanto, a dosagem deve ser reduzida de acordo com o grau de insuficiência renal. Ocasionalmente, sequelas neurológicas têm sido relatadas em casos nos quais a dosagem não foi reduzida apropriadamente em pacientes com insuficiência renal.
Como com outras cefalosporinas e penicilinas de largo espectro, algumas cepas de Enterobacter sp. e Serratia sp., inicialmente suscetíveis, podem desenvolver resistência durante o tratamento com Ceftazidima. Testes periódicos de suscetibilidade devem ser considerados quando clinicamente apropriado, durante o tratamento de infecções por esses microrganismos.
Cada 1 g de Ceftazidima contém 51 mg de sódio. O teor de sódio deve ser levado em consideração nos pacientes que necessitam de restrição de sódio.
Como com os demais antibióticos de largo espectro, o uso prolongado de Ceftazidima pode resultar no aparecimento de microrganismos não-suscetíveis (por exemplo, cândida, enterococos), o que pode requerer interrupção do tratamento ou adoção de medidas apropriadas. A reavaliação da condição do paciente é essencial.
Foram reportados casos de colite pseudomembranosa com o uso de antibióticos, cuja gravidade pode variar de leve à fatal. Entretanto, é importante considerar este diagnóstico em pacientes que desenvolverem diarreia durante ou após o uso de antibióticos. Se ocorrer diarreia prolongada ou significativa ou o paciente apresentar cólicas abdominais, o tratamento deve ser descontinuado imediatamente e o paciente deve ser posteriormente examinado.
A Ceftazidima é menos estável na solução de bicarbonato de sódio (que não é recomendada como diluente) do que em outras soluções intravenosas. Ceftazidima e aminoglicosídeos não devem ser misturados no mesmo circuito de infusão ou seringa. Tem-se relatado precipitação quando a vancomicina é adicionada à Ceftazidima em solução. Portanto, é prudente lavar os circuitos de infusão e as linhas intravenosas entre a administração desses dois agentes.
Devido à redução do clearance da Ceftazidima em pacientes idosos com doença aguda, a dose diária de Ceftazidima não deve, normalmente, exceder 3 g, especialmente naqueles com mais de 80 anos.
Não foram reportados efeitos sobre a capacidade de dirigir veículos e operar máquinas.
Ainda que não haja evidência experimental de efeitos embriopáticos ou teratogênicos, a administração de Ceftazidima – como de qualquer droga - deve ser feita com cuidado nos primeiros meses de gestação (bem como logo após o nascimento).
A Ceftazidima é excretada em pequenas proporções pelo leite humano e, por isso, aconselha-se precaução quando de sua administração a lactantes.
Categoria B de risco na gravidez.
Este medicamento não deve ser usado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
A Ceftazidima em concentrações entre 0,05 mg/mL e 0,25 mg/mL é compatível com o fluido de diálise intraperitoneal (lactato).
A solução de Ceftazidima para uso intramuscular pode ser reconstituída com água para injetáveis ou lidocaína a 0,5-1%.
O produto, logo que é reconstituído ou diluído, tem coloração amarelo-claro. Se for armazenado, vai se tornando amarelo mais forte, chegando a âmbar (condição normal desde que respeitados os parâmetros de estabilidade). Ceftazidima é compatível com a grande maioria das soluções parenterais comumente utilizadas.
Ceftazidima demonstrou eficácia clínica de 94% e bacteriológica, de 68%, quando utilizada em pacientes com sepse bacteriana.
Referências Bibliográficas:
FANG, CT. et al. Safety and efficacy of cefpirome in comparison with ceftazidime in Chinese patients with sepsis due to bacterial infections. Chemotherapy, 46(5): 371-378, 2000.
Ceftazidima é um antibiótico cefalosporínico bactericida, inibidor da síntese da parede celular bacteriana. O mecanismo de ação de Ceftazidima é a inibição da síntese da parede celular bacteriana seguida da fixação às proteínas de ligação à penicilina (PBPs). Isso resulta na interrupção da biossíntese da parede celular (peptidoglicano), que leva à lise e morte da célula bacteriana.
A prevalência de resistência adquirida depende da localidade e pode variar temporalmente, e para algumas espécies pode ser muito alta. É desejável que se obtenha informações locais sobre resistência e sobre a prevalência de microrganismos produtores de betalactamases de espectro estendido (ESBLs), particularmente quando se tratar de infecções graves.
*A eficácia clínica da Ceftazidima foi demonstrada em estudos clínicos.
Após injeção intramuscular de 500 mg e 1 g, prontamente são atingidos níveis máximos de 18 e 37 mg/L, respectivamente; e cinco minutos após injeção intravenosa direta de 500 mg, 1 g e 2 g, são alcançados níveis séricos de 46, 87 e 170 mg/L, respectivamente.
Concentrações terapeuticamente ativas são detectadas no soro, mesmo 8 a 12 horas após a administração intramuscular ou intravenosa. A ligação da Ceftazidima às proteínas do soro é baixa, situando-se em torno de 10%. Concentrações excedentes aos níveis inibitórios mínimos para patógenos comuns são detectadas nos ossos, coração, bile, saliva, humor aquoso e líquidos sinovial, pleural e peritoneal. A Ceftazidima atravessa a placenta rapidamente e é excretada no leite materno. Na ausência de inflamação, a Ceftazidima não atravessa com facilidade a barreira hematoencefálica, resultando em baixos níveis de Ceftazidima no líquido cefalorraquidiano. Todavia, na vigência de inflamação das meninges, são atingidos níveis terapêuticos de 4 a 20 mg/L ou mais no líquido cefalorraquidiano.
A Ceftazidima não é metabolizada no organismo.
Os níveis séricos obtidos após a administração parenteral são elevados e prolongados, diminuindo com meia-vida de aproximadamente duas horas. A Ceftazidima é excretada pela urina sob forma ativa, através de filtração glomerular. Cerca de 80 a 90% da dose são recuperados na urina em 24 horas.
Em pacientes com insuficiência renal, a eliminação de Ceftazidima é diminuída, devendo por isso ser reduzida a dose.
Tendo em vista que a quantidade excretada pela bile é inferior a 1%, o teor de droga que chega ao intestino é mínimo.
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica da farmacêutica responsável: Rafaela Sarturi Sitiniki (CRF-PR 37364). Consulte a bula original. Última atualização: 09 de Agosto de 2022
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