Somavert® (pegvisomanto) é indicado para o tratamento da acromegalia (doença causada por aumento da produção de hormônio do crescimento - GH) em pacientes que apresentaram resposta inadequada à cirurgia e/ou à radioterapia (tratamento em que se utiliza radiação) e para os pacientes cujo tratamento médico com análogos da somatostatina (medicamentos semelhantes à somatostatina - hormônio que inibe a secreção de GH) não normalizou as concentrações séricas (do sangue) de IGF-1 (substância produzida por estímulo do GH) ou não foi tolerado.
O objetivo do tratamento com Somavert® é normalizar os níveis séricos de IGF-I.
O hormônio de crescimento (GH) é uma substância naturalmente produzida pelo organismo, mas quando produzido de forma excessiva pode causar danos ao organismo. Somavert® é um medicamento utilizado no tratamento de pacientes com acromegalia (doença causada por aumento da produção do hormônio de crescimento). Somavert® liga-se no mesmo local onde o hormônio de crescimento liga-se nas células do organismo, impedindo desta maneira a ação deste hormônio.
Somavert® é contraindicado caso você apresente hipersensibilidade (alergia) ao pegvisomanto (substância ativa de Somavert®) ou a qualquer componente da fórmula.
O seu médico deve orientá-lo a como diluir e aplicar Somavert®.
Somavert® apresenta-se na forma de um pó liofilizado (seco).
Use apenas o diluente que se encontra na mesma embalagem de Somavert® para diluir o produto. Não use outro líquido.
A seringa preenchida com diluente que acompanha Somavert® contém 1 mL de água para injetáveis. O frasco ampola de diluente que acompanha Somavert® contém 8 mL de água para injetáveis, porém somente 1 mL é necessário para a diluição do medicamento. O restante deve ser descartado.
Veja o “Folheto de Instruções” contido na embalagem para a reconstituição e aplicação do produto Somavert®.
Para reconstituir Somavert®, injete 1 mL do diluente (água estéril para injeção) que se encontra na seringa preenchida ou frasco ampola na mesma embalagem de Somavert®, no frasco que contém o pó liofilizado, direcionando o jato da água contra a parede do frasco. Segure o frasco entre as palmas das mãos e gire o frasco suavemente para dissolver o pó. Não agite vigorosamente o frasco, pois pode ocorrer a desnaturação (perda do efeito) da substância ativa pegvisomanto.
Após a reconstituição, cada frasco de Somavert® conterá 10 mg ou 15 mg de pegvisomanto em 1 mL de solução. A solução deve ser límpida após a reconstituição. Se a solução estiver turva ou contiver material particulado, o produto não deve ser utilizado. Apenas uma dose deve ser administrada por frasco e a solução deve ser administrada logo após a reconstituição.
Somavert® é para uso único. Descartar devidamente qualquer produto não utilizado.
Retire 1 frasco-ampola de Somavert® (frasco contendo o pó liofilizado) e 1 frasco-ampola de diluente (frasco contendo o líquido) da geladeira.
O Somavert® é fornecido em um frasco-ampola na forma de massa branca a levemente esbranquiçada. O Somavert® deve ser misturado a um líquido (diluente) antes de sua utilização.
O líquido vem em uma seringa preenchida rotulada como Água para injetáveis 1 mL.
Não use nenhum outro líquido para misturar com Somavert®.
É importante que você não tente aplicar uma injeção em você mesmo, ou em outra pessoa, a menos que tenha recebido treinamento pelo seu profissional de saúde.
Armazene todo o pacote em geladeira, entre 2-8°C, e longe da luz do sol direta. Mantenha fora do alcance das crianças.
Somavert® deve ser utilizado por via subcutânea.
O tratamento deve ser iniciado sob supervisão de um médico especializado no tratamento da acromegalia, que deve instruí-lo a utilizar o medicamento.
Os níveis sanguíneos de IGF-I devem ser determinados antes do início da terapia.
Em geral, deve-se administrar uma dose de ataque de 80 mg de pegvisomanto por via subcutânea, sob supervisão médica. Após esta dose inicial, Somavert® reconstituído (mistura do pó com o diluente) em 1 mL de diluente deve ser administrado uma vez por dia por via subcutânea. O local da administração deve ser revezado diariamente a fim de evitar lipo-hipertrofia (aumento de gordura localizada).
Os pacientes devem ter uma avaliação dos níveis basais dos testes hepáticos [alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), bilirrubina total sérica (BT) e fosfatase alcalina (FA).
A dose de Somavert® deve ser determinada exclusivamente pelo seu médico.
Os ajustes de dose devem ser feitos, a critério médico, com base nos níveis séricos (do sangue) de IGF-I (substância produzida por estímulo do GH). As concentrações séricas de IGF-I devem ser medidas a cada 4 a 6 semanas e ajustes de dose apropriados devem ser feitos aumentando-se 5 mg/dia, a fim de manter a concentração sérica de IGF-I dentro do intervalo normal ajustado para a idade e aliviar os sinais e sintomas da acromegalia.
A dose máxima não deve ser superior a 30 mg/dia.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento.
Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
Caso você se esqueça de aplicar Somavert® no horário estabelecido pelo seu médico, pule a dose esquecida e aplique a próxima, continuando normalmente o esquema de doses recomendado pelo seu médico. Não aplique o medicamento duas vezes para compensar doses esquecidas.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
Como os tumores na hipófise podem às vezes aumentar e causar sérias complicações, por exemplo defeitos do campo visual, é muito importante que o seu médico acompanhe rigorosamente esses tumores. Se houver evidência de crescimento do tumor, seu médico poderá utilizar procedimentos alternativos.
Antes de iniciar pegvisomanto, os pacientes devem ter uma avaliação dos níveis basais dos testes hepáticos [alanina aminotransferase sérica (ALT), aspartato aminotransferase (AST), bilirrubina total sérica (BT) e fosfatase alcalina (FA)].
Antes de iniciar o tratamento com Somavert® seu médico deverá avaliar os níveis séricos (do sangue) basais (antes do tratamento) de algumas enzimas do fígado. O tratamento com Somavert® não deve ser iniciado ou continuado caso o paciente apresente sinais de doenças no fígado, a menos que uma detalhada avaliação hepática (do fígado) seja realizada. Se você apresentar elevações nos exames de enzimas hepáticas, ou qualquer outro sinal ou sintoma de alterações do fígado, enquanto estiver em tratamento com Somavert®, seu médico deverá monitorar o tratamento mais de perto. Se as alterações dos exames hepáticos estiverem muito altas (ou seja, se os valores dos resultados estiverem muito acima dos limites considerados normais para esses exames), o tratamento com Somavert® deverá, a critério médico, ser descontinuado.
Somavert® produz reação cruzada com os testes disponíveis no mercado para dosagem dos níveis sanguíneos de hormônio do crescimento, resultando em níveis superestimados deste hormônio. Além disso, o próprio tratamento com Somavert® produz elevação nos níveis de hormônio do crescimento. Desta maneira, os níveis sanguíneos de hormônio do crescimento não podem ser utilizados para avaliar o tratamento com Somavert®. Por outro lado, as concentrações sanguíneas de IGF-1 devem ser acompanhadas e mantidas dentro do intervalo normal ajustado para a sua idade.
Somavert® é um antagonista (impede a ação) potente da ação do hormônio de crescimento. Pode haver um estado de falta de hormônio de crescimento devido à utilização de Somavert®.
O uso concomitante (ao mesmo tempo) de Somavert® e insulina ou hipoglicemiantes orais (medicamentos utilizados por diabéticos que reduzem o açúcar no sangue) revelou risco de hipoglicemia (diminuição da glicose no sangue). Desta maneira, se você tiver acromegalia e diabetes mellitus, as doses de insulina ou de hipoglicemiantes orais podem ser reduzidas a critério do seu médico.
Atenção: Este medicamento contém Açúcar, portanto, deve ser usado com cautela em portadores de Diabetes.
Somavert® pode afetar indiretamente o potencial para engravidar em mulheres. As pacientes devem ser aconselhadas a usar contracepção adequada, se necessário.
Não existem dados disponíveis para o uso de Somavert® em mulheres grávidas. O risco potencial para humanos é desconhecido. Somavert® não é recomendado durante a gravidez e só deve ser utilizado durante a gravidez se o benefício justificar o risco potencial ao feto.
Não se sabe se o pegvisomanto (substância ativa de Somavert®) é encontrado no leite materno humano. Como vários medicamentos são encontrados no leite materno, não utilize Somavert® durante a amamentação sem orientação médica.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Não foram conduzidos estudos sobre os efeitos de Somavert® sobre a capacidade de conduzir veículos ou operar máquinas.
a Incluindo hipersensibilidade no local da injeção.
*RAM identificada pós-comercialização.
RAM = Reação adversa a medicamento.
Informe ao seu médico, cirurgião-dentista ou farmacêutico o aparecimento de reações indesejáveis pelo uso do medicamento. Informe também à empresa através do seu serviço de atendimento.
Via de administração: via subcutânea.
Uso adulto.
O equivalente a 10 mg ou 15 mg de pegvisomanto, respectivamente.
10 mg ou 15 mg de pegvisomanto, respectivamente.
Excipientes: glicina, manitol, fosfato de sódio dibásico e fosfato de sódio monobásico monoidratado.
Apresentação com diluente em frasco ampola: Cada frasco-ampola de diluente contém 8 mL de água para injetáveis.
Apresentação com diluente em seringa preenchida: Cada seringa preenchida com diluente contém 1 mL de água para injetáveis.
Em casos de superdose, procure o seu médico imediatamente. Neste caso, a administração de Somavert® deve ser interrompida e não deve ser reiniciada até que os níveis de IGF-1 (substância produzida por estímulo do GH - hormônio do crescimento) retornem aos níveis normais.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Sempre avise ao seu médico sobre todas as medicações que você toma quando ele for prescrever uma medicação nova. O médico precisa avaliar se as medicações reagem entre si alterando a sua ação, ou da outra; isto se chama interação medicamentosa.
Não foi realizado estudo de interação medicamentosa para Somavert®. O médico deve avaliar se o tratamento com análogos da somatostatina deve ser mantido durante o uso de Somavert®. O uso de Somavert®, em combinação com outros medicamentos, para o tratamento da acromegalia, não foi extensivamente investigado.
Se você estiver recebendo insulina ou hipoglicemiantes orais, a dose desses medicamentos pode ser reduzida a critério médico.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
Um total de cento e doze pacientes (63 homens e 49 mulheres) com acromegalia participaram de estudo multicêntrico, randomizado, duplo-cego, durante 12 semanas, comparando placebo e pegvisomanto. A média de idade ±DP foi de 48±14 anos e a duração média da acromegalia foi de 8±8 anos. Noventa e três pacientes já haviam passado por cirurgia hipofisária, dos quais 57 também haviam sido tratados com terapia de radiação convencional. Seis pacientes haviam sido submetidos à irradiação sem cirurgia, nove pacientes receberam apenas terapia medicamentosa, e quatro pacientes não tinham recebido nenhuma terapia anterior.
Os indivíduos foram qualificados a participar do estudo se a dosagem de níveis séricos de IGF-1 fosse ≥ 1,3 vez o limite superior do intervalo ajustado para a idade média no mínimo de duas semanas após a descontinuação da terapia com análogo de somatostatina e cinco semanas depois da descontinuação da terapia com agonista de dopamina.
O desfecho primário de eficácia foi a alteração da porcentagem em concentração do IGF-1 desde o baseline até a semana 12. Estes 3 grupos que receberam pegvisomanto demonstraram reduções estatisticamente significativas nos níveis séricos de IGF-1 (p<0,01) comparado com o grupo de placebo (Tabela 1).
Tabela 1 – Alteração média percentual de IGF-1 da baseline até a semana 12 para população avaliada por intenção de tratamento:
--- | Placebo n=31 | Pegvisomanto | ||
10 mg/dia n=26 | 15 mg/dia n=26 | 20 mg/dia n=28 | ||
Média baseline IGF-1 (ng/mL) (DP) | 670 (288) | 627 (251) | 649 (293) | 732 (205) |
Alteração média percentual a partir da baseline em IGF-1 (DP) | -4,0 (17) | -27 (28) | -48 (26) | -63 (21) |
*p<0,01; n=número de pacientes; DP=desvio padrão.
Comparado com placebo, em todas as visitas no início do tratamento, houve também reduções nos níveis séricos de IGF-1 livre, de IGFBP-3 e de ALS.
Figura 1 – Efeitos do pegvisomanto em marcadores séricos (média ± erro padrão):
Placebo (n=31).
Pegvisomanto 10 mg/dia (n=25-26).
Pegvisomanto 15 mg/dia (n=24-26).
Pegvisomanto 20 mg/dia (n=27-28).
Após 12 semanas de tratamento, as seguintes porcentagens de pacientes tiveram IGF-1 normalizada.
Figura 2 – Porcentagem de pacientes cujos níveis de IGF-I normalizaram após 12 semanas de tratamento:
A tabela 2 mostra os efeitos do tratamento com pegvisomanto no tamanho do anel (tamanho padrão de joalheiro europeu) e nos sinais e sintomas de acromegalia. Cada escore individual foi baseado em uma escala ordinal de nove pontos (0=ausente e 8=grave e incapacitante) e o escore total foi derivado da soma dos escores individuais.
Tabela 2 – Alteração média percentual, a partir da baseline (DP) até a semana 12, para o tamanho do anel e sinais e sintomas de acromegalia:
--- |
Placebo n=30 |
Pegvisomanto | ||
10 mg/dia n=26 | 15 mg/dia n=24-25 | 20 mg/dia n=26-27 | ||
Tamanho do Anel | -0,1 (2,3) | -0,8 (1,6) | -1,9 (2,0) | -2,5 (3,3) |
Escore total para sinais e sintomas de acromegalia | 1,3 (6,0) | -2,5 (4,3) | -4,4 (5,9) | -4,7 (4,7) |
Edema de tecidos moles | 0,3 (2,3) | -0,7 (1,6) | -1,2 (2,3) | -1,3 (1,3) |
Artralgia | 0,1 (1,8) | -0,3 (1,8) | -0,5 (2,5) | -0,4 (2,1) |
Cefaleia | 0,1 (1,7) | -0,4 (1,6) | -0,3 (1,4) | -0,3 (2,0) |
Transpiração | 0,1 (1,7) | -0,6 (1,6) | -1,1 (1,3) | -1,7 (1,6) |
Fadiga | 0,7 (1,5) | -0,5 (1,4) | -1,3 (1,7) | -1,0 (1,6) |
Assim como medido nos ensaios dos estudos utilizando antibióticos que não apresentam reação cruzada com pegvisomanto, as concentrações séricas do hormônio do crescimento aumentaram em duas semanas após o início do tratamento com pegvisomanto. O maior aumento da concentração do hormônio do crescimento foi observado nos pacientes tratados com pegvisomanto 20 mg/dia. Este efeito é provavelmente devido à diminuição da inibição do hormônio do crescimento assim como a redução dos níveis séricos de IGF-1. Como mostrado na Figura 3, quando pacientes com acromegalia receberam uma dose de ataque de pegvisomanto seguida por uma dose fixa diária, a elevação do hormônio do crescimento foi inversamente proporcional à queda em IGF-1 e geralmente estabilizou na semana 2.
No estudo de extensão, a redução observada na concentração sérica do IGF-1 nos meses 12 e 18 são similares aos observados nos pacientes tratados com pegvisomanto na dose de 20 mg/dia nas primeiras 12 semanas. As concentrações séricas do hormônio do crescimento (GH) também permaneceram estáveis em pacientes tratados com pegvisomanto por até 18 meses.
Figura 3 – Alteração percentual nas concentrações séricas do hormônio de crescimento e IGF-I (Sm=semana):
Na extensão open-label do estudo clínico, 160 indivíduos tiveram média de exposição de tratamento de 425 dias. O tratamento com pegvisomanto foi em geral bem tolerado. Apenas 2 pacientes apresentaram aumento nos níveis de enzimas hepáticas e descontinuaram o tratamento. Dos 90 pacientes acompanhados por mais de 12 meses de tratamento, 87 atingiram normalidade na concentração de IGF-1 (97%). Foi realizado estudo de coorte aberto, de longa duração, com 38 pacientes acromegálicos, durante pelo menos 12 meses consecutivos de administração diária de pegvisomanto (média = 55 semanas) e titulação da dose. A concentração média de IGF-1 neste estudo caiu de 917 ng/mL (± 356) para 299 ng/mL (± 134) no grupo tratado com pegvisomanto, com 92% atingindo uma concentração normal de IGF-1 (ajustada para a idade).
Referências:
1. Trainer PJ, Drake WM, Katznelson L, et al. Treatment of acromegaly with the growth hormone-receptor antagonist pegvisomant. N Engl J Med. 2000 Apr 20;342(16):1171-7.
2. Drake WM, Parkinson C, Akker SA, et al. Successful treatment of resistant acromegaly with a growth hormone receptor antagonist.Eur J Endocrinol. 2001 Oct;145(4):451-6.
3. Parkinson C and Trainer J. Pegvisoamnt: a growth hormone receptor antagonist for the treatment of acromegaly. Growth hormone & IGF Research, 2000. Supplement B, S119-23.
4. Van der Lely et al. Long-term treatment of acromegaly with pegvisomant, a growth hormone receptor antagonist. Lancet 2001:358:1754-9.
O pegvisomanto liga-se seletivamente aos receptores de GH na membrana celular e não reage de forma cruzada com outros 19 receptores de citoquinas testadas, incluindo a prolactina. O pegvisomanto leva a reduções na concentração sérica de IGF-1, IGF-1 livre, IGFBP-3 e subunidade ácido labil de IGF-1.
Figura 4 – Os resíduos marcados indicam sítios de ligação PEG (Phe1, Lys38, Lys41, Lys70, Lys115, Lys120, Lys140, Lys145, Lys158):
O pegvisomanto liga-se seletivamente aos receptores do hormônio de crescimento na superfície das células, bloqueando a ligação do hormônio de crescimento endógeno, interferindo, dessa forma, na transdução do sinal intracelular do hormônio de crescimento. A inibição da ação do hormônio de crescimento pelo pegvisomanto leva à redução das concentrações séricas do fator de crescimento semelhante à insulina I (IGF-1), bem como das outras proteínas séricas responsivas ao hormônio de crescimento, incluindo a subunidade ácido-lábil do IGF-1 (ALS) e a proteína de ligação do fator de crescimento semelhante à insulina-3 (IGFBP-3).
Em diferentes estudos e também no Acrostudy, o pegvisomanto normalizou os níveis de IGF-1 em uma alta porcentagem de pacientes (>70%) e diminuiu significativamente os níveis de glicose plasmática em jejum (FPG) e insulina plasmática em jejum (FPI).
O pegvisomanto também melhora a sensibilidade à insulina, provavelmente devido a um bloqueio dos receptores de GH nos tecidos, principalmente no fígado e também no tecido adiposo, rins e músculos esqueléticos, removendo assim o efeito prejudicial do GH na sinalização da insulina, lipólise e gliconeogênese. No entanto, o mecanismo de ação de todos esses efeitos não é conhecido com certeza. Pode ser necessária uma diminuição das doses de insulina ou de medicamentos hipoglicemiantes em pacientes acromegálicos com diabetes mellitus.
Após administração subcutânea, concentrações séricas máximas de pegvisomanto são atingidas em 33 a 77 horas após a administração. O nível médio de absorção de uma dose subcutânea de 20 mg foi de 57% em relação a uma dose intravenosa de 10 mg.
O volume aparente médio de distribuição do pegvisomanto é de 7 L (com coeficiente de variação de 12%), o que sugere que o pegvisomanto não seja extensivamente distribuído entre os tecidos. Após administração subcutânea única, a exposição ao pegvisomanto (Cmáx, AUC) aumenta desproporcionalmente com o aumento da dose. As concentrações sanguíneas médias (± SEM) de pegvisomanto após 12 semanas de tratamento com doses diárias de 10, 15 e 20 mg foram de, respectivamente, 6.600 ± 1.330; 16.000 ± 2.200; e 27.000 ± 3.100 ng/mL.
A molécula de pegvisomanto contém ligações covalentes a polímeros de polietilenoglicol, o que torna a velocidade de clearance reduzida. O clearance de pegvisomanto observado após doses múltiplas é mais baixo do que o observado após uma única dose. O clearance sistêmico corporal médio de pegvisomanto após doses múltiplas subcutâneas de 10 a 20 mg/dia varia de 36 a 28 mL/h, respectivamente. O clearance de pegvisomanto costuma aumentar de acordo com o peso corporal. O pegvisomanto é eliminado do soro sanguíneo com uma meia-vida de aproximadamente 6 dias, tanto após dose única como doses múltiplas.
Menos de 1% da dose administrada é recuperada na urina após 96 horas. A rota de eliminação do pegvisomanto não foi estudada em humanos.
Os dados pré-clínicos não revelaram riscos especiais para humanos com base nos estudos convencionais de toxicidade de dose repetida em ratos e macacos e de potencial carcinogênico em ratos. No entanto, devido à resposta farmacológica acentuada em macacos, não foram estudadas exposições sistêmicas mais elevadas do que aquelas atingidas em pacientes nas doses terapêuticas.
Histiocitomas fibrosos malignos associados a fibrose e inflamação histiocítica foram observados nos locais de injeção em machos no estudo de carcinogenicidade em ratos em níveis de exposição equivalentes a três vezes a exposição humana com base nas concentrações plasmáticas médias em dois estudos de longo prazo com uma dose diária de 30 mg. A relevância desta resposta para os seres humanos é atualmente desconhecida. O aumento da incidência de tumores no local da injeção foi provavelmente causado por irritação e alta sensibilidade do rato a injeções subcutâneas repetidas.
Os efeitos do pegvisomanto no início do desenvolvimento embrionário e no desenvolvimento embrio-fetal foram avaliados em dois estudos separados, realizados em coelhas prenhas com pegvisomanto em doses subcutâneas de 1, 3 e 10 mg/kg/dia. Não houve evidência de efeitos teratogênicos associados à administração de pegvisomanto durante a organogênese. Na dose de 10 mg/kg/dia (6 vezes a dose terapêutica humana máxima com base na área da superfície corporal), foi observado um aumento na perda pós-implantação quando o pegvisomanto foi administrado a partir de GD 0-7. Não foram realizados estudos de fertilidade.
Somavert® deve ser armazenado sob refrigeração (entre 2 e 8°C). Não congelar. Manter o frasco dentro da embalagem original a fim de mantê-lo protegido da luz.
Utilizar Somavert® imediatamente após a reconstituição. Descartar devidamente qualquer produto não utilizado.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
MS - 1.2110.0450
Farmacêutica Responsável:
Andrea T. Nichele
CRF-SP nº 44063
Registrado por:
Pfizer Brasil Ltda.
Rua Alexandre Dumas, 1860
CEP 04717-904 – São Paulo – SP
CNPJ nº 61.072.393/0001-33
Fabricado por:
Pfizer Manufacturing Belgium NV
Puurs – Bélgica
Importado por:
Pfizer Brasil Ltda.
Rodovia Presidente Castelo Branco, nº 32501, km 32,5
CEP 06696-000 – Itapevi – SP
Venda sob prescrição médica.
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica da farmacêutica responsável: Rafaela Sarturi Sitiniki (CRF-PR 37364). Consulte a bula original. Última atualização: 31 de Março de 2023
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