Subcitrato de Bismuto Coloidal é indicado para o tratamento da úlcera péptica gástrica e duodenal. Esofagite de refluxo. Gastrite e duodenites.
Subcitrato de Bismuto Coloidal não deve ser ingerido por pacientes com hipersensibilidade ao bismuto e portadores de insuficiência renal grave.
Recomendam-se 2 comprimidos meia hora antes do desjejum e 2 comprimidos meia hora antes do jantar ou 1 comprimido 4 vezes ao dia, meia hora antes das 3 principais refeições e ao deitar, no mínimo 2 horas depois do jantar. Na monoterapia, o tratamento inicial nunca deverá ser inferior a 28 dias consecutivos e nenhuma dose deverá ser omitida.
A duração do tratamento é de 4 a 8 semanas ou a critério médico. Recomenda-se um intervalo de 8 semanas entre um ciclo e outro de tratamento. Não ultrapassar a ingestão diária de no máximo 4 comprimidos.
Este medicamento não deve ser partido, aberto ou mastigado.
Podem ocorrer, ocasionalmente, tontura, cefaleia, distúrbios psicóticos, náuseas, vômitos e diarreia de intensidade moderada. Rash cutâneo é de ocorrência bastante rara. Escurecimento dos dentes e língua é bastante raro e só foi observado em tratamentos prolongados. O escurecimento das fezes é comum após o início do tratamento, devido à fomu1ação do sulfeto de bismuto, sem, contudo, apresentar qualquer consequência clínica.
Em casos de eventos adversos, notifique ao sistema de Notificação em Vigilância Sanitária NOTIVISA, disponível em www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/index.htm ou para a Vigilância Sanitária Estadual ou Municipal.
Não foram descritos, até o momento, casos de superdosagem aguda com o subcitrato de bismuto coloidal.
Foi relatado apenas um caso de uso prolongado com doses elevadas, observando-se a ocorrência de dormência e parestesias de ambas as mãos, irritabilidade, fadiga, insônia, dificuldade de concentração, diminuição da memória. Com a suspensão do tratamento, todos os sintomas desapareceram sem deixar sequelas.
Na eventual superdosagem acidental, imediatamente suspender a medicação e procurar assistência médica. Recomenda-se tratamento sintomático de suporte.
Em caso de intoxicação ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Deve-se evitar o uso de Subcitrato de Bismuto Coloidal com cálcio e ferro, pois Subcitrato de Bismuto Coloidal pode reduzir a absorção gastrintestinal dessas substâncias. A administração simultânea de antiácidos e alimentos pode interferir com a ação do subcitrato de bismuto coloidal.
Durante o tratamento com Subcitrato de Bismuto Coloidal não se recomenda o uso de bebidas gaseificadas, antiácidos ou leite, meia hora antes e meia hora depois da administração do medicamento.
Pode ser associado a antibióticos (amoxicilina, tetraciclina) e derivados nitroimidazólicos (tinidazol, metronidazol) na erradicação do Helicobacter pylori.
A intoxicação com sais de bismuto, levando à encefalopatia reversível, foi descrita após administração prolongada. Embora não sejam conhecidos efeitos teratogênicos, é conveniente evitar seu uso durante a gestação. Como o bismuto passa para o leite materno, não se recomenda o seu uso em mulheres que estejam amamentando.
Não foram realizados estudos em animais e nem em mulheres grávidas ou então, os estudos em animais revelaram risco, mas não existem estudos disponíveis realizados em mulheres grávidas.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. Informe imediatamente ao seu médico em caso de suspeita de gravidez.
Este medicamento é 99% eliminado através das fezes. Portanto, a ocorrência de escurecimento (coloração negra) das fezes é esperada e não tem significado clínico algum.
O subcitrato de bismuto coloidal demonstrou eficácia comparável à dos bloqueadores dos receptores H2 no tratamento da doença péptica.
Em relação à úlcera duodenal, Hamilton e col. tiveram 78% de cura em 6 semanas, Schreeve e col. 75% em 4 semanas, Vantrappen e col. 64% em 4 semanas e 86% em 6 semanas, Lee e col. 90% em 4 semanas e 97% em 8 semanas, Miller e col. 66% em 4 semanas e 89% em 8 semanas.
O subcitrato de bismuto revelou-se particularmente eficaz na cura de úlceras duodenais refratárias à terapêutica convencional com anti-H2, como comprovaram Lam e col. obtendo 80% de cura em pacientes com úlceras duodenais anteriormente refratários a doses de 1000mg/dia de cimetidina enquanto o aumento de cimetidina para 1600mg/dia permitiu a cicatrização de somente 40%.
Também Bianchi Porro e col. avaliaram a ação deste medicamento versus 2000mg/dia de cimetidina neste tipo de pacientes e constataram que a taxa de cicatrização com o bismuto foi superior (82% vs. 44%) em 4 semanas, embora não se verificasse diferença significativa em 8 semanas (94% vs 75%).
Referências bibliográficas:
Bianchi Porro G, et al. Colloidal bismuth subcitrate and two different dosages of cimetidine in the treatment of resistant duodenal ulcer. Preliminary results. Scand J Gastroenterol Suppl. 1986;122:39-41.
Hamilton I, et al. Healing and recurrence of duodenal ulcer after treatment with tripotassium dicitrato bismuthate (TDB) tablets or cimetidine. Gut. 1986;27(1):106-10.
Lam SK, et al. Randomised crossover trial of tripotassium dicitrato bismuthate versus high dose cimetidine for duodenal ulcers resistant to standard dose of cimetidine. Gut. 1984;25(7):703-6.
Lee M, et al. A randomized controlled trial of an enhanced patient compliance program for Helicobacter pylori therapy. Arch Intern Med. 1999;159(19):2312-6.
Miller JP, et al. Likelihood of relapse of duodenal ulcer after initial treatment with cimetidine or colloidal bismuth subcitrate. Scand J Gastroenterol Suppl. 1982;80:39-42.
Shreeve DR, et al. Comparison of cimetidine and tripotassium dicitrato bismuthate in healing and relapse of duodenal ulcers. Digestion. 1983;28(2):96-101.
Vantrappen G, et al. A comparative study of colloidal bismuth subcitrate and cimetidine on the healing and recurrence of duodenal ulcer. Scand J Gastroenterol Suppl. 1982;80:23-30.
Subcitrato de Bismuto Coloidal possui comprovada ação bactericida sobre o Helicobacter pylori, bactéria com provável ação ulcerogênica, atualmente citada como responsável pelas recidivas das úlceras pépticas.
É um composto inorgânico metálico, sendo um sal de bismuto do ácido cítrico. É constituído por moléculas de grandes dimensões que o tornam coloidal quando em solução aquosa. Em meio ácido, precipita e origina compostos insolúveis de oxicloreto e citrato de bismuto que se ligam preferencialmente às proteínas dos tecidos necrosados.
Estudos experimentais demonstram que, em presença de acidez gástrica, o bismuto coloidal forma um precipitado abundante que se deposita sobre o nicho ulceroso e suas margens. Os produtos de necrose tissular, provenientes da úlcera, constituídos principalmente por material proteico, através de processo de quelação com o precipitado coloidal, formam uma camada protetora insolúvel, impedindo o ataque de fatores agressivos, representados principalmente pelo ácido clorídrico. Desta forma, a cicatrização pode evoluir até a completa restauração da mucosa. Após administração oral, a maior parte do bismuto é eliminada com as fezes, o que acarreta o seu escurecimento devido à formação de sulfeto de bismuto.
Uma pequena quantidade absorvida é eliminada pelos rins.
A concentração plasmática alcança seu pico máximo ao fim de 4 semanas de administração, raramente atingindo níveis superiores a 50mcg/L.
O conteúdo desta bula foi extraído manualmente da bula original, sob supervisão técnica da farmacêutica responsável: Rafaela Sarturi Sitiniki (CRF-PR 37364). Consulte a bula original. Última atualização: 01 de Setembro de 2020